Por LUSA
O presidente da Unita, principal partido da oposição angolana, considera que o fracasso das lideranças africanas está por detrás do regresso de golpes de Estado no continente, defendendo uma “transição rápida” do poder dos militares para autoridades eleitas.
“O incremento da instabilidade e de golpes de Estado é consequência de governos que não governam os seus povos, consequência de governos que mudam a constituição para não sair do poder”, disse o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), Adalberto Costa Júnior.
Júnior falava em entrevista ao canal privado moçambicano STV.
“Não aplaudimos os golpes de Estado, não são a solução (para os problemas africanos”, realçou Adalberto Costa Júnior, sublinhando, contudo que é a incapacidade das lideranças africanas em proporcionar uma melhor qualidade de vida às populações “estimula a ocorrência de afastamento de governos por militares”, prosseguiu.
O presidente da Unita apelou aos governos militares para assegurarem uma transição rápida para o poder civil eleito.
“Estes autores de golpes devem fazer transições rápidas”, através de “processos eleitorais que devolvam a soberania para o povo”, enfatizou o líder da Unita.
Vários países africanos, principalmente na África Central, assistiram nos últimos tempos a golpes de Estado conduzidos por militares.