Por LUSA
O mercado de seguros de Angola apresentou, em 2022, um resultado líquido positivo de 20,1 mil milhões de kwanzas (22,3 milhões de euros), mais 8% do que no ano anterior, revelou a Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (Arseg).
O Relatório do Mercado de Seguros, Fundos de Pensões e Mediação de Seguros de 2022, a que a Lusa teve acesso, refere que os resultados são animadores para o regulador e as 24 seguradoras existentes, acrescentando que os ganhos realizados em investimentos totalizaram pouco mais de 1,2 mi milhões de kwanzas (1,3 milhões de euros).
Esses ganhos representam os lucros obtidos ao vender ou resgatar investimentos por um valor superior ao seu custo inicial. O valor é 54% inferior aos ganhos do ano anterior em investimentos, indica o relatório.
Por seu turno, os rendimentos de investimentos somaram aproximadamente 16 mil milhões de kwanzas (17,7 milhões de euros), representando os ganhos gerados pelo próprio investimento, independentemente de sua venda, quantia 92% superior do que o registado em 2021.
Além disso, a taxa de rentabilidade média dos investimentos foi de 6%, representando a média de retorno obtida em relação ao valor investido.
“Por fim, o resultado líquido do exercício, que é a diferença entre as receitas totais e os custos e despesas das seguradoras durante o período, em 2022, foi de pouco mais de 20,1 mil milhões de kwanzas, representando um crescimento de 8% em relação ao ano anterior”, destaca o documento.
No ano passado, foram emitidas 1,1 milhão de apólices, mais 93% que em 2021, tendo o ramo vida apresentado “um crescimento impressionante”, com o aumento de 390%, equivalente a 247.964 apólices, comparativamente a 2021, ano em que se emitiu 50.600 apólices.
Este aumento foi resultado do crescimento do crédito às famílias em 2022, às quais foi exigido para o efeito a contratação de um seguro, salienta o documento.
Também o ramo automóvel registou no ano em análise um crescimento notável, com uma variação anual de 72,59%, passando de 206.775 apólices, em 2021, para 356.865 apólices, em 2022.
De acordo com o relatório, o ramo com maior peso na estrutura da carteira do mercado continua a ser o ramo saúde (doença), que representou 38,64% do total de prémios de seguro direto, em 2022, seguido dos ramos de petroquímica e automóvel.
Já as indemnizações registaram uma redução de cerca de 6%, em termos globais, observando-se que assim como nos prémios emitidos o ramo com maior representatividade foi o de doenças, com 74% do total das indemnizações pagas em 2022.
“A taxa de sinistralidade global de 2022 medida pela relação indemnização/prémio tem observado uma redução ao longo dos últimos anos, e no ano de 2022, andou à volta de 32%, o que representa uma redução do nível de sinistralidade, quando comparado com o ano anterior. Essa tendência decrescente é muito boa para atrair outros potenciais investidores que queiram entrar neste mercado”, lê-se no relatório.
O ramo com maior sinistralidade foi o de acidentes, doenças e viagens, com cerca de 56% das indemnizações pagas, seguindo-se o ramo automóvel, com 46% da taxa de sinistralidade.