Por LUSA
Os investimentos nas concessões petrolíferas ativas em Angola, sem incluir os novos blocos licitados, ascenderam a 47 mil milhões de dólares entre 2018 e 2022 e vão aumentar para mais de 72 mil milhões de dólares entre 2023 e 2027.
Os dados são do ministro dos Recursos Minerais, Petróleos e Gás, que respondia desta forma ao tema da 1.ª edição da Conversas sem Makas, proposto pelo economista Carlos Rosado de Carvalho, “O que o Petróleo e Gás (Ainda) têm para dar a Angola e o que o país pode esperar dos minerais críticos”, garantindo que Angola continua a apostar neste setor.
Diamantino Azevedo indicou que as autoridades angolanas querem licitar no mínimo 55 concessões até 2027, tendo já concluído 32 adjudicações, bem como 15 blocos em oferta permanente.
O ministro destacou o objetivo de estabilizar a produção de petróleo em um milhão de barris diários nos próximos anos, fazendo parte desta estratégia o desenvolvimento de campos marginais e redesenvolvimento de campos maduros, além dos incentivos à produção incremental.
No mesmo sentido, foi também aumentado o número de sondas, de 11 em 2017 para 16 este ano, e concluídos 98 poços entre 2022 e 2024, disse.
O governante referiu-se à transição energética, dizendo que Angola não vai “cumprir a agenda de terceiros”, mas garantiu que Angola pretende produzir petróleo “com todas as medidas de descarbonização possíveis”.
“No futuro, será vendido melhor petróleo. É uma questão política mas também comercial”, enfatizou.
No que diz respeito ao setor mineiro, apontou vários projetos em curso, incluindo a refinaria de ouro de Luanda (2025), o Polo de Desenvolvimento do Dundo (2026), a Bolsa de Diamantes (2026), o projeto integrado minero-siderúrgico de Kassinga (2026), a fábrica de fertilizantes do Soyo (2027), o projeto de terras raras (2026) e o Polo de Desenvolvimento de Rochas Ornamentais do Namibe (2027).
No ano passado, o setor petrolífero representou 94% das exportações angolanas e o setor mineiro 4,26%.
Diamantino Azevedo abordou também o desenvolvimento do setor do gás, esperando-se a primeira produção de gás do novo consórcio de gás para finais de 2025, uma antecipação de seis meses face à previsão inicial.
Durante o atual mandato, pretende ainda concluir a elaboração do Plano Diretor do Gás e garantir o fornecimento de gás natural para a indústria de fertilizantes, siderurgia e para a produção de energia elétrica.