Por LUSA
A Associação das Indústrias de Bebidas de Angola (AIBA) considera os 60 dias dados para pôr fim à comercialização de pacotinhos de bebidas alcoólicas insuficientes para adaptar as linhas de produção e pediu uma extensão do prazo.
Num comunicado a que a Lusa teve acesso, a AIBA lamenta a “inexistência de uma agenda e de um cronograma que permitisse ao parque empresarial não pôr em causa cerca de 4.200 postos de trabalho”, impondo um período demasiado curto.
O Governo angolano vai proibir a produção e comercialização em pacotinhos de bebidas espirituosas com teor etílico igual ou superior a 15%, passando a ser obrigatoriamente vendidas em embalagens de vidro a partir de março, segundo um diploma publicado a 12 de janeiro.
O diploma do Ministério da Indústria e Comércio, que dá cumprimento a uma medida anunciada em junho do ano passado, concedeu aos agentes económicos que produzam ou comercializam bebidas espirituosas um período de 60 dias para que estes adotem as novas regras,
A AIBA contesta este prazo já que “não permite a adaptação das linhas de produção e respetivos recursos humanos”, destacando o objetivo de salvaguardar o emprego e a estabilidade social das comunidades envolvidas neste setor.
Os industriais questionam também a capacidade instalada de produção de embalagens de vidro, face a um objetivo temporal tão curto e sublinham que estão disponíveis para discutir “temas que são fundamentais” para o desenvolvimento, “mas com tempo, argumentos, factos e uma janela temporal que permita a salvaguarda dos interesses do parque empresarial, um dos que mais contribui para a riqueza de Angola”.
“Esta imposição de 60 dias para a eliminação total não contribui para a estabilidade do emprego que garante centenas de famílias e o prazo definido não permite a adaptação física e económica, com a flexibilidade que se exige numa situação destas”, reforça a AIBA.
O consumo de whisky e bebidas semelhantes em pequenas embalagens de plástico em Angola, comercializados em grande escala na via pública, constitui um problema de saúde pública, sendo consumidos por cidadãos de baixos rendimentos, devido ao custo do produto.
Um pacotinho de whisky é vendido entre os 50 kwanzas (0,05 euros) e 250 kwanzas (0,27 euros), dependendo da marca e do respetivo sabor.
O produto, de grande consumo diário, sobretudo nos mercados, paragens de táxis e zonas periurbanas, também concorre para a poluição ambiental, em consequência da enorme quantidade de plásticos que são atirados fora.