Por LUSA
Dirigentes e técnicos de Angola e São Tomé e Príncipe iniciaram hoje uma visita de quatro dias a Cabo Verde para conhecerem a experiência no desenvolvimento e gestão do Cadastro Social Único (CSU), anunciou fonte oficial.
“São Tomé e Príncipe pretender beber da experiência de Cabo Verde. Viemos para troca de experiência”, afirmou aos jornalistas, na cidade da Praia, a ministra dos Direitos da Mulher de São Tomé e Príncipe, Maria Milagre Delgado, que chefia a delegação, que iniciou a visita com um encontro com o ministro de Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social cabo-verdiano, Fernando Elísio Freire.
A governante são-tomense frisou que dirige um ministério novo, tutelando ainda a Inclusão Social, Solidariedade e Família, pelo que considerou que a visita a Cabo Verde é “importante” para recolher sugestões, estando já em perspetiva assinatura de acordos nesta área.
“Eu acho que nós vamos ganhar muito com a experiência sobre o cadastro. E nós também temos a nossa parte positiva, que nós vamos trazer para Cabo Verde”, prosseguiu, notando que a maior parte da população do seu país é de origem cabo-verdiana.
“E nós temos grandes capacidades que nós sabemos que vamos conseguir desenvolver também com Cabo Verde”, insistiu a mesma fonte, que fez uma “boa avaliação” da gestão e desenvolvimento do CSU de Cabo Verde.
A delegação, acompanhada de técnicos do Banco Mundial, conta ainda com dirigentes angolanos, em representação do Ministério da Proteção Social daquele país, que até quinta-feira vão realizar visitas e encontros a estruturas em Cabo Verde.
O CSU é uma medida do Governo de Cabo Verde, implementada desde 2018 em parceria com as Câmaras Municipais, que permite localizar e focalizar os potenciais beneficiários de programas de proteção social, tendo já mais de 81 mil famílias registadas em todos os 22 municípios do país.
Para o ministro de Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social de Cabo Verde, Fernando Elísio Freire, o facto de esses dois países estarem a conhecer a experiência desse projeto deve ser “motivo de orgulho”.
“Isto é uma vitória de Cabo Verde que devemos celebrar, mas também que aumenta a nossa responsabilidade, porque há desafios também que nós temos que conquistar”, avisou o governante, para quem o CSU é uma “instituição respeitadíssima” na sub-região africana.
“É dado como exemplo de uma gestão transparente, rigorosa, mas, acima de tudo, de uma gestão que tem permitido a focalização das políticas sociais”, referiu, indicando que atualmente o cadastro está a ser utilizado por 13 programas para selecionar os beneficiários de apoios sociais.
Relativamente a São Tomé e Príncipe, notou que os dois países estão a trabalhar há muitos anos na proteção social, com formação nesta área, mas também há cerca de 1.150 pensionistas em São Tomé e Príncipe e cerca de 50 em Angola que são assumidos pelo Estado de Cabo Verde.
Também há cerca de 20 bolsas atribuídas a estudantes universitários são-tomenses para estudarem em Cabo Verde, 86 bolsas de formação profissional, além de bolsa atribuídas à comunidade cabo-verdiana em São Tomé e Príncipe.
Fernando Elísio Freire disse que os dois países têm “compromissos fortes” e vão avançar para a fase seguinte, que é a de cuidados, prometendo desenvolver políticas para permitir que haja formação de cuidadores em São Tomé e Príncipe.