Por LUSA
O ministro dos Transportes angolano lamentou o acidente com um comboio do Caminho de Ferro de Benguela, que transportava enxofre para a República Democrática do Congo, e disse que o descarrilamento está a ser investigado.
Ricardo de Abreu disse, em declarações à Lusa, que o acidente está a ser investigado, frisando que “infelizmente vão ocorrendo algumas situações destas”.
“Temos as equipas no terreno, por um lado, (para) garantir a retoma da operação no mais curto espaço de tempo e também a aferição das razões que levaram ao descarrilamento”, referiu.
O governante admitiu que há “várias razões que têm dado origem a isso, incluindo a própria sabotagem e vandalização das infraestruturas”, que acabam por expor o trabalho “a um risco de operação muito grande”.
Segundo Ricardo de Abreu, acidentes como estes causam sempre prejuízos, “mas o maior, que seria de vidas humanas, não existiu”.
Do ponto de vista material, acrescentou Ricardo de Abreu, há trabalho a fazer, prevendo que a circulação seja retomada esta semana.
O acidente ocorreu, quinta-feira, na localidade de Cavimbi, a 127 quilómetros da cidade do Luena, província angolana do Moxico, interrompendo a circulação naquele trajeto.
O comboio estava ao serviço do consórcio Lobito Atlantic Railway (LAR), constituído pela Trafigura, Mota-Engil e Vecturis, que obteve, em 2022, a concessão para a operação, gestão e manutenção do corredor ferroviário do Lobito, província de Benguela, que percorre Angola até ao cinturão de cobre africano, e do terminal de minério do Porto do Lobito, por um período de 30 anos.
De acordo com a LAR, o acidente causou danos ligeiros em 400 metros da via, numa zona já danificada por um descarrilamento anterior de um comboio de passageiros, decorrendo trabalhos para “corrigir os estragos causados por estes dois descarrilamentos”.
A concessionária do Corredor do Lobito iniciou no mês passado as operações de transporte de enxofre, a partir do Porto do Lobito até à República Democrática do Congo, para apoio à atividade mineira na zona de Katanga.
O projeto de reabilitação deste corredor logístico é apoiado pelos governos de Angola, República Democrática do Congo, Zâmbia e Parceria para o Investimento Global em Infraestruturas (PGII) do governo dos EUA e União Europeia.