POR LUSA
Angola repatriou hoje, pela primeira vez por via aérea, 72 refugiados da Republica Democrática do Congo que se encontravam no assentamento do Lóvua, na província da Lunda Norte, informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Estes são os primeiros refugiados a serem repatriados este ano, no âmbito de um acordo de repatriamento voluntário tripartido entre os governos de Angola e da Republica Democrática do Congo (RD Congo) e a agência das Nações Unidas para os refugiados.
O grupo deixou o assentamento do Lóvua, esta manhã, seguindo depois num voo para Kinshasa, na RDCongo.
“Tendo em conta o controlo de custos, o ACNUR Angola está a usar pela primeira vez meios aéreos durante o processo de repatriamento de refugiados da Lunda Norte para a RDC. Os voos são operados pelo Serviço Aéreo Humanitário das Nações Unidas (UNHAS)”, adianta o ACNUR num comunicado.
Estes refugiados fazem parte de um grupo inicial de 35.000 pessoas que, em 2017, procuraram refúgio na Lunda Norte, em Angola, para fugir à violência na região do Kasai, na RDCongo.
O repatriamento voluntário começou em 2019, mas foi suspenso em 2020, devido às más condições das estradas, da ponte sobre o rio Kasai e à covid-19.
O processo foi retomado o ano passado, depois da reabertura das fronteiras entre os dois países, tendo sido repatriadas 3.732 pessoas entre 2019 e 2022.
Segundo o ACNUR Angola, o programa de repatriamento de 2023 vai continuar até que todos os refugiados do assentamento do Lóvua interessados em voltar a casa este ano possam regressar.
O repatriamento voluntário é também apoiado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) e pelos parceiros Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo (ADPP), Igreja Evangélica dos Irmãos em Angola (IEIA), Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) e World Vision (WV).