Por LUSA
Daúto Faquirá assume este mês o comando técnico do Ferroviário da Beira, campeão nacional de futebol, prometendo criar bases para que o clube vença mais vezes e desejando contribuir para o “crescimento” do futebol em Moçambique.
“Nós vamos procurar, obviamente, revalidar esse título. E criar condições para que os títulos também sejam não algo pontual. Condições para que o clube ganhe mais vezes do que aquelas que têm ganho em termos de campeonato nacional”, explicou o técnico português, nascido há 58 anos na província moçambicana de Inhambane.
Em entrevista à Lusa, o treinador garantiu que o “sucesso passará essencialmente por revitalizar o clube”.
“Por criar melhores condições, por deixar um legado que permita que o clube vá ganhando mais vezes”, insistiu Faquirá, que prevê chegar em meados deste mês ao país para assumir o comando técnico do Clube Ferroviário da Beira, precisamente no ano em que a instituição assinala o centenário, período em que apenas venceu duas vezes o campeonato de futebol e em quatro ocasiões a Taça de Moçambique.
Daúto Faquirá admitiu que já recebeu no passado vários convites para a estreia no país natal, inclusive para selecionador nacional de futebol por Moçambique. Contudo, o também comentador desportivo em Portugal contou que nessa altura os projetos profissionais e familiares travaram essa mudança.
“Não passava por ir para Moçambique, no momento em que os convites apareceram. Na altura, o mais perto que tive foi de ir para a seleção, há uns cinco, seis anos, mas as coisas não aconteceram”, admitiu.
Ainda assim, aceitar agora o convite, afirma, teve outro argumento que “também pesou” na decisão: “Eu perdi o meu pai há coisa de um ano e sei que pare ele também seria importante, porque ele nunca se desligou – pelo contrário – do seu país de origem”.
Prestes a iniciar o que descreve como uma nova “aventura” na sua carreira, construída essencialmente em Portugal e com uma passagem por Angola, Faquirá assume que quer deixar uma marca na terra natal.
“Vou para o país que me viu nascer, o país que eu amo, que é a minha terra, e espero contribuir de alguma forma para o futebol moçambicano, deixar um legado e poder também contribuir para enriquecer e para fazer crescer o meu povo”, concluiu.
Faquirá já treinou em Portugal equipas como o Estrela da Amadora, o Vitória de Setúbal, o Torreense e o Sporting da Covilhã. Em Angola, entre 2013 e 2014, treinou a equipa do 1.º de Agosto, de Luanda, estreando-se agora em Moçambique, substituindo no cargo o também português Hélder Duarte, que na época de 2023 levou o Ferroviário da Beira ao segundo título de campeão da sua história.
“Vou encontrar um clube que é campeão nacional, um clube que representa muito para uma região. Há uma identidade grande da população para com o clube (…) É mais do que um clube”, rematou o técnico luso-moçambicano.