Por LUSA
O MPLA, no poder em Angola, acusou hoje a UNITA de “oposição recauchutada”, que usa o parlamento como palco de ativismo político em busca de seguidores nas redes sociais, através de “disseminação de inverdades e de discursos enganadores”.
“Lamentavelmente, a Assembleia Nacional (parlamento) de Angola tem sido transformada num palco de ativismo político irresponsável, as discussões dos projetos e propostas de lei são usadas como oportunidades para o insulto, para desconsideração e para o desrespeito”, afirmou hoje o presidente do grupo parlamentar do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Virgílio Fontes Pereira.
De acordo com o político, que apresentava a declaração política do seu partido na reunião plenária de hoje, as reuniões plenárias têm servido para a “radicalização” do discurso, como expediente mais rápido para a promoção nas hostes partidária.
A transmissão televisiva das sessões “é aproveitada para exacerbar a desconsideração e a banalização das instituições numa atitude populista”. “Temos assistido por parte da oposição recauchutada a uma visão distorcida da realidade e desprovida de soluções para o país”, acusou.
Dirigindo-se à União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido na oposição, o líder parlamentar do MPLA disse que este partido “se abstém de fazer uma oposição responsável e de ficar na história como participe da construção da nova Angola”.
“Prefere continuar a apresentar espetáculo e a fazer entretenimento na vã tentativa de captar mais seguidores nas redes sociais, através de disseminação de inverdades e de discursos enganadores com intuito de instrumentalizar a juventude, mas o povo angolano conhece o lado certo da história”, observou.
Virgílio Fontes Pereira salientou, na sua intervenção, que enquanto o MPLA, “apesar dos erros que comete e assume”, trabalha “incansavelmente” para o desenvolvimento de Angola, “a oposição recauchutada permanece presa as ideias ultrapassadas e sem soluções concretas”.
Defendeu que os deputados e deputadas devem servir de exemplo de civismo para os cidadãos, apontando para a necessidade de todos os deputados decidirem se querem continuar o processo de construção e consolidação da democracia ou descredibilizar as instituições.
Para o grupo parlamentar o MPLA, a Assembleia Nacional ocupa e desempenha um papel fundamental e insubstituível para o aprofundamento da democracia para o desenvolvimento e a manutenção do diálogo, da concórdia e da paz social.
O político do MPLA assegurou também que o seu partido “mantém as energias” para continuar a dialogar com todos os políticos e com todas as forças vivas da nação “para encontrar soluções coletivas para os problemas reais do nosso povo”.
“Este foi sempre e continuará a ser o foco do nosso glorioso MPLA”, sustentou, considerando que os desafios do país, nos domínios da saúde, emprego, educação e desenvolvimento, devem contar com a participação de todos.
Em relação às autarquias, cuja última lei do pacote autárquico está por aprovar, Virgílio Fontes Pereira disse que o grupo parlamentar do MPLA assumirá as suas responsabilidades neste processo.
Acusou ainda a UNITA de ter protagonizado um “Carnaval fora de época, num cocktail de arrogância”, com a sua iniciativa de acusação e destituição do Presidente angolano, João Lourenço, iniciativa “chumbada” pelo MPLA.
A UNITA também fez a sua declaração política, mas sem responder a estas acusações.