Por LUSA
Os estudantes são-tomenses em Portugal, Cuba, Moçambique e Angola estão sem receber a bolsa do Estado há 10 meses, e apontam necessidades que influenciam negativamente os seus estudos, mas o Governo promete começar os pagamentos esta semana.
O pedido de ajuda foi tornado público pelos estudantes de medicina em Cuba que apelaram à direção do Ensino Superior e Ciência e a direção das Finanças, “que se digne a prestar uma maior atenção atempadamente no que concerne o pagamento da bolsa de estudo”.
Os estudantes apontam que “não é a primeira vez” que passam “por esta problemática” do atraso no envio das remessas.
“Entendemos que o país está passando por uma fase difícil. Entretanto, enfrentamos uma maior dificuldade e instabilidade em Cuba em estes momentos, situação que tem sido extremadamente difícil de lidar, gerando-nos muito ‘stress’, preocupação e em grande ou pequena medida influenciando negativamente nos nossos estudos”, lê-se na carta enviada à Lusa.
“Para que possamos ter êxito académico e cumprir com a missão que nos foi confiada é importante que o país cumpra com a sua parte que nos foi prometida, enviando-nos o pagamento da bolsa para que ao menos possamos suprir as necessidades básicas de alimentação, higiene e transporte, e desta forma possamos desempenhar melhor a nossas funções como estudantes e futuros profissionais da saúde”, acrescentam os estudantes.
Contactado pela Lusa, o Ministério da Educação, Cultura e Ciência (MECC) referiu que o atraso no pagamento das bolsas abrange atualmente os estudantes em quase todos os países, nomeadamente, Cuba, Portugal, Angola e Moçambique.
Segundo a fonte, os estudantes devem receber uma bolsa trimestral de 750 euros, mas o pagamento não tem sido cumprido.
“Enviamos o pedido de pagamento ao Ministério das Finanças, mas eles dizem que há muitas prioridades das prioridades, por isso não conseguem cumprir com o pagamento regular das bolsas”, sublinhou a fonte que garante ter enviado um “novo pedido ainda este mês”.
Um alto responsável do Ministério das Finanças disse à Lusa que “existe atraso em todos os países” quanto ao pagamento das bolsas, mas na semana passada começaram a ser feitos os pagamentos, nomeadamente aos estudantes na Guiné Equatorial e China.
“Nesta semana faremos Cuba e a seguir Marrocos, são países com maior número de estudantes”, assegurou a fonte, precisando que “está sendo paga apenas parte” dos valores em atraso.