Por LUSA/RTP
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo, anunciou que “até terça-feira” indicará um novo primeiro-ministro para formar um novo Governo e dar continuidade à gestão do país que “não pode parar”.
O Presidente Sissoco Embalo falava à chegada ao aeroporto de Bissau, vindo da Nigéria, onde participou na cimeira ordinária de chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Embalo disse que a situação na Guiné-Bissau foi abordada na cimeira, tendo os líderes da organização oeste africana “condenado, sem reservas, a tentativa de golpe de Estado” ocorrida no país, no passado dia 01.
Elementos da Guarda Nacional envolveram-se em confrontos armados com as Forças Armadas na sequência da decisão da corporação de retirar das celas da Polícia Judiciária dois membros do Governo detidos pelo Ministério Público.
Da ação, que o chefe de Estado guineense considera tratar-se de tentativa de alteração da ordem constitucional no país, morreram dois militares e o comandante da Guarda Nacional acabou detido.
O Presidente guineense afirmou que os líderes da CEDEAO felicitaram a “prontidão das Forças Republicanas” pela resposta dada à tentativa do golpe.
Questionado sobre para quando a formação do novo Governo, em decorrência da sua decisão de dissolver o parlamento e demitir o executivo saído das eleições de junho passado, Umaro Sissoco Embalo apontou para os próximos dias.
“Esta semana, penso que até terça-feira, no máximo, teremos um primeiro-ministro, depois o Governo, sob proposta do primeiro-ministro. O país não pode parar”, adiantou Embalo.
O Presidente guineense disse que a posição da CEDEAO em relação às questões abordadas na cimeira, que decorreu na cidade de Abuja, será conhecida no comunicado final da cimeira, mas adiantou que a organização se manifestou solidária com o povo da Guiné-Bissau.
A organização também apelou à comunidade internacional no sentido de continuar a apoiar a Guiné-Bissau, exortou para a revisão da Constituição e pediu o reforço do diálogo político interno, notou Umaro Sissoco Embalo.
O Presidente não abordou a situação do parlamento, que, entretanto, dissolveu no dia 04, sob a acusação de ser foco de instabilidade no país, embora o líder do órgão, Domingos Simões Pereira tenha considerado a decisão de Umaro Sissoco Embalo de inconstitucional.
Entretanto, Simões Pereira anunciou para quarta-feira, dia 13, a retoma da sessão plenária do parlamento.