Por LUSA
O ministro dos Negócios Estrangeiros cabo-verdiano apelou a “vias de diálogo” para ultrapassar situações de instabilidade político-institucional na sub-região, às portas da cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), marcada para domingo, em Abuja.
“A expectativa é que os chefes de Estado e de Governo possam encontrar vias de diálogo para ultrapassarem as situações existentes, para que a nossa região possa conhecer dias de respeito pela democracia, pelos direitos do homem, pelo Estado de Direito”, afirmou Rui Figueiredo Soares, citado pela Rádio de Cabo Verde (RCV), a partir da capital nigeriana.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde espera por “dias melhores”, referindo que “Cabo Verde continuará a defender o respeito pelo direito internacional, o respeito pela soberania de cada Estado, mas apontando para a necessidade de, em diálogo, se encontrar as melhores vias para esta situação difícil que vivemos atualmente”.
O Conselho de Mediação e Segurança da CEDEAO esteve reunido esta semana, tendo analisado as situações de instabilidade em vários Estados-membros.
A última cimeira realizou-se no início de agosto e foi inteiramente dedicada à situação no Níger, na sequência do golpe militar de 26 de julho que derrubou o presidente eleito Mohamed Bazoum, entretanto sequestrado na sua residência em Niamey.
Dos 15 países membros da CEDEAO, quatro são governados desde 2020 por dirigentes militares na sequência de golpes de Estado: Mali, Burkina Faso, Níger e Guiné.
Desde então, foram suspensos da organização e, por conseguinte, não estarão representados na cimeira de Abuja.
Os três primeiros países, assolados pela violência jihadista, formaram a Aliança dos Estados do Sahel (AES).
Uma tentativa de golpe de Estado na Serra Leoa, outro membro da CEDEAO, matou 21 pessoas no dia 21 de novembro, de acordo com altos funcionários do país.