Por LUSA
O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, inaugurou hoje uma rua com o seu nome em Bissau, juntamente com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, a meio da celebração oficial dos 50 anos de independência da Guiné-Bissau.
O primeiro-ministro, António Costa, acompanhou esta breve cerimónia de inauguração, ao lado de Marcelo Rebelo de Sousa. Questionado se é merecida esta homenagem, respondeu: “É, com certeza”.
A Rua Presidente Marcelo Rebelo de Sousa é uma transversal à Avenida Amílcar Cabral, mesmo no centro da capital guineense, onde decorre hoje de manhã o ato solene comemorativo do cinquentenário da independência da Guiné-Bissau.
Interrogado se está orgulhoso por ter uma rua com o seu nome em Bissau, o Presidente português contrapôs que “Portugal é que está orgulhoso pelas relações fraternas com a Guiné-Bissau”.
Umaro Sissoco Embaló, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa caminharam juntos para esta inauguração, em que foi cortada uma fita e descerrada uma placa, e de seguida regressaram à tribuna de honra na Avenida Amílcar Cabral.
A cerimónia de inauguração da Rua Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, na qual também esteve presente o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, durou cerca de cinco minutos.
Depois, foi retomado o ato solene de comemoração dos 50 anos de independência da Guiné-Bissau, com um discurso do Presidente guineense à nação.
Esta celebração coincide com uma crise política em Portugal, com o primeiro-ministro demissionário e eleições legislativas antecipadas anunciadas para 10 de março, mas com o Governo ainda em plenitude de funções.
Na tribuna de honra, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa estão separados por seis lugares, por motivos protocolares, e no jantar oficial de quarta-feira em Bissau também ficaram à distância, trocando apenas um aperto de mão.
A caminhada conjunta até à renomeada Rua Presidente Marcelo Rebelo de Sousa foi o primeiro momento em que estiveram lado a lado em público desde que António Costa apresentou a demissão, há nove dias.
Os dois deverão regressar a Portugal hoje após um almoço oferecido pelo Presidente da Guiné-Bissau, no Palácio Presidencial, em voos separados.
A Guiné-Bissau foi a primeira colónia portuguesa em África a tornar-se independente. A independência foi proclamada unilateralmente em 24 de setembro de 1973, decorrida uma década de luta armada.
As Nações Unidas reconheceram de imediato a independência da Guiné-Bissau, e Portugal apenas um ano mais tarde, em setembro de 1974, após o 25 de Abril.