Por LUSA/RTP
O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, prometeu hoje “trabalhar com todos” no mandato que agora inicia, afirmando que na política “não existem inimigos”, apenas “adversários”.
“Nós vamos trabalhar com todos, porque nós somos todos irmãos, daí a necessidade de todos nós trabalharmos para consolidarmos a paz, consolidarmos a reconciliação nacional e, sobretudo, colocarmos no coração de todos os moçambicanos esta necessidade de perdão e reconciliação”, afirmou Daniel Chapo, ao participar hoje, em Maputo, no culto que juntou várias religiões de “Arrependimento, perdão e reconciliação: Orar por Moçambique”.
“Em política não existem inimigos, existem apenas adversários”, afirmou Chapo ao intervir no final do culto, organizado pelo Conselho das Religiões de Moçambique, sublinhando “esperança” para os próximos tempos e garantindo que vai dar continuidade ao diálogo com os partidos da oposição, no período pós-eleitoral, iniciado pelo anterior Presidente, Filipe Nyusi.
“Nós vamos dar seguimento a esse diálogo e temos a certeza absoluta que vamos encontrar consensos e mecanismos para estabilizar o país, o mais rápido possível”, garantiu Chapo.
“Vamos continuar a trabalhar para alcançarmos a paz, a estabilidade económica, política e social do país, e alcançarmos sobretudo a reconciliação nacional. São alicerces importantes para o nosso desenvolvimento”, concluiu.
Este foi o primeiro evento oficial de Daniel Chapo como quinto Presidente de Moçambique após a cerimónia de investidura de quarta-feira.
“Achamos que é uma bênção começar o primeiro dia de trabalho a dirigir este país nos próximos cinco anos com este culto inter-religioso, em que os nossos líderes religiosos estão aqui para nos abençoar”, concluiu.
Em 23 de dezembro, Chapo, de 48 anos, foi proclamado pelo Conselho Constitucional (CC) como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, nas eleições gerais de 09 de outubro, que incluíram legislativas e para assembleias provinciais, que a Frelimo também venceu.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados eleitorais, convocou protestos e a eleição de Daniel Chapo tem sido contestada nas ruas desde outubro, com os manifestantes a exigirem a “reposição da verdade eleitoral”. Os confrontos com a polícia já causaram mais de 300 mortos e de 600 feridos, segundo a plataforma eleitoral Decide, uma organização não-governamental.