Diante de 2.500 convidados na Praça da Independência, em Maputo, o atual secretário-geral da Frelimo, Daniel Chapo, tomou esta quarta-feira posse como quinto presidente da República de Moçambique.
Depois da investidura, novo chefe de Estado defendeu a união no país e “a estabilidade social e política” como “prioridade das prioridades”.
Depois de o presidente cessante, Filipe Nyusi, ter entregue os símbolos do poder à presidente do Conselho Constitucional, coube a a Lúcia Ribeiro fazer a investidura de Daniel Chapo.
Pouco passava das 11h00 locais (9h00 em Lisboa) quando Chapo leu o termo de posse e prestou juramento, perante os aplausos dos convidados.
No primeiro discurso após a investidura, Daniel Chapo considerou que é o “início de uma nova fase” da “jornada de consolidação” e da construção de uma “nação soberana e próspera”.
“Hoje iniciamos juntos uma era para Moçambique e uma nova era.
Este não é apenas o início de um mandato, mas de uma jornada que nos desafia a construir o futuro que sonhámos”.
O novo presidente moçambicano pediu, “antes de qualquer palavra”, um momento de silêncio em “homenagem às vítimas” dos ciclones e do terrorismo em Cabo Delgado.
“Que este silêncio nos lembre do peso da nossa responsabilidade mas também da imensa força que temos enquanto nação. Moçambique é maior do que qualquer desafio, maior do que qualquer crise.
Unidos somos capazes de superar os obstáculos e de transformar a nossa dor em prosperidade”.
A tomada de posse do quinto presidente da República de Moçambique marca o “início de uma nova fase da nossa jornada de consolidação, da construção de nação soberana e próspera”.
Admitindo que pretendia deixar uma mensagem de esperança para o país, Chapo afirmou que o “diálogo com as forças políticas será sempre franco, honesto e sincero”, tendo como “prioridade das prioridades” a estabilidade política.
“Hoje dirigimo-nos a cada um dos moçambicanos, não como um presidente distante, mas como um filho desta terra, onde sentimos, vivemos e partilhamos as nossas angústias”, continuou, sublinhando que Moçambique está a passar “por muitas angústias” e não pode ignorar os desafios, como a fome, o desemprego, a crise na Função Pública.
“Ouvimos as vossas vozes, antes e durante as manifestações. E continuaremos a ouvir, mesmo em momentos de estabilidade”.
Falando ainda de desafios como a corrupção, Chapo considerou que Moçambique não pode continuar a “ser refém” de “todos os vícios e desvios da boa conduta exigida aos servidores públicos”.
“Juntos vamos resgatar o patriotismo e orgulho de ser moçambicanos.
Por isso dissemos vamos trabalhar”.
Dirigindo-se aos moçambicanos, o novo presidente quis falar das “mudanças importantes” que vão transformar o modo como o Governo “vai funcionar, colocando o povo no centro de todas as decisões”.
“Vamos ajustar as velas do nosso barco, para que ele navegue com mais eficiência, menos desperdício e sobretudo com mais atenção e cuidado para cada moçambicano. Por isso, vamos ter um Governo mais eficaz”, afirmou, acrescentando que uma das primeiras mudanças será a redução do Executivo, “começando com a redução de ministérios, ministros e eliminação de secretarias de Estado equiparados aos ministérios”.
Segundo Daniel Chapo, estas alterações vão “direcionar o dinheiro para onde realmente importa: Educação, Saúde, Agricultura, Água, Energia, Estradas, para melhoria de vida do povo”.
Nesta nova governação, prometeu Daniel Chapo, será ajustada a “política externa de Moçambique, em termos de objetivos e ações estratégicas”, principalmente para enfrentar “novos desafios e adaptar-se a novas circunstâncias, que colocam o país na geopolítica global, em permanente transformação e assim maximizar os nossos interesses nacionais”.
“Vamos prosseguir o reforço da cooperação internacional”, incluindo na CPLC e com a União Europeia, e as instituições bancárias. “Parceiros com os quais trabalharemos na agenda de renovar Moçambique”.
“Cada uma destas ações reflete o nosso compromisso, em proteger e servir o cidadão, desenvolvendo a justiça social, o papel fundamental de garantir a paz e a igualdade de todos os moçambicanos”.
Para terminar, Daniel Chapo afirmou: “o futuro de Moçambique está nas nossas mãos”.
“Hoje, mais do que nunca, precisamos de união, coragem e determinação. Não será uma jornada fácil, mas temos de ter plena confiança na força do povo moçambicano, da nossa unidade nacional, que é o segredo do nosso sucesso”, disse. “Este Governo que vamos constituir será incansável, mas o verdadeiro poder de mudança está na nossa capacidade de trabalhar juntos, como uma só nação”.
Daniel Chapo pretende liderar como “humildade, transparência, determinação e comprometimento”, para que as próximas gerações “olhem para este momento como um ponto de virada, onde juntos escolhemos um futuro de esperança, com determinação e fé”.
“Construiremos um Moçambique que orgulhará a todos e às futuras gerações”.
O novo presidente moçambicano terminou dirigindo-se à população com um repto repetido: “Vamos trabalhar”.