Por LUSA/RTP
O ministro da Cultura e das Indústrias Criativas cabo-verdiano, Augusto Veiga, refutou, no parlamento, as críticas da oposição acerca do património do país e destacou investimentos no setor, na reabilitação histórica e valorização da morna.
“Este mandato tem sido muito produtivo em termos de cultura e indústrias criativas, com investimentos no restauro de património histórico, cultural e religioso, conservação imaterial, com destaque para a morna como património mundial da humanidade, formação para a cidadania no sistema educativo, promoção do empreendedorismo cultural”, incluindo “incentivos à literatura e estímulos à leitura”, apontou Augusto Veiga.
Na primeira sessão plenária de dezembro, que termina na sexta-feira, os partidos da oposição, o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) e a União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), criticaram a ausência de um plano estratégico para a morna como património mundial e falta de estudos sobre o impacto cultural na economia.
O ministro, em funções há quatro meses, disse que o Governo tem vindo a reforçar anualmente o orçamento público destinado ao setor cultural e às indústrias criativas.
Entre as prioridades destacam-se o financiamento de projetos ligados ao artesanato e design, bem como a projeção internacional de Cabo Verde por meio dos seus patrimónios mundiais, como a Cidade Velha e a morna.
Além disso, mencionou o início da candidatura do antigo Campo de Concentração do Tarrafal a Património Mundial da Humanidade.
Augusto Veiga também destacou os esforços na valorização do Arquivo Histórico Nacional, que incluem digitalização de acervos e recuperação de materiais audiovisuais.
Para 2025, o orçamento prevê mais de 813 milhões de escudos (7,3 milhões de euros) destinados à cultura, com foco na formalização do setor e formação em todas as vertentes culturais.
O ministro avançou ainda que o próximo ano será marcado por projetos estratégicos como a reabilitação de museus na ilha do Fogo, melhorias no Palácio da Cultura Ildo Lobo e a execução do pacote de requalificação urbana da Cidade Velha, em parceria com o projeto de “turismo resiliente e desenvolvimento da economia azul”.
Em entrevista à Lusa, a propósito do quinto aniversário da proclamação da morna como património da humanidade, o governante disse na última semana que as comemorações dos 50 anos da independência de Cabo Verde, em 2025, vão ter a valorização da morna como um dos pilares.
A agenda de trabalhos da primeira sessão plenária de dezembro, que termina na sexta-feira, inclui debates com o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, bem como uma sessão de perguntas à ministra das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação.