Por LUSA/RTP
O escritor e poeta cabo-verdiano Osvaldo Osório, pseudónimo de Osvaldo Alcântara Medina Custódio, morreu esta madrugada na cidade da Praia, aos 85 anos, vítima de doença prolongada, disse hoje à Lusa fonte familiar.
Nascido em Mindelo, ilha de São Vicente, a 25 de novembro de 1937, começou como empregado de comércio e funcionário público, antes de se voltar para a política e a escrita.
Realizou os estudos secundários e frequentou o seminário em Nazareno. Ocupou várias funções profissionais, incluindo a presidência da União dos Sindicatos e a direção do “Suplemento de Poesia dos Anos 80” do jornal `Voz di Povo´ (Voz do Povo).
Foi também cofundador da página de cultura `Seló´, onde iniciou a sua atividade como poeta e prosador.
Em consequência das suas atividades políticas, estreitamente ligadas à ação cultural durante o regime de Salazar, Osório foi preso por duas vezes.
A sua obra de estreia, `Caboverdeanamente Construção Meu Amor´, foi publicada em 1975.
Dois anos depois, lançou `Cântico do Habitante, Precedido de Duas Gestas´, ambas assinadas sob o nome de Osvaldo Osório.
Na prosa, trouxe `Cantigas de Trabalho — Tradições Orais de Cabo Verde (1977)´, o `ensaio Emergência da Poesia em Amílcar Cabral (1985)´ e o romance `Nimores e Clara e Amores de Rua´.
Em 2004, devido a uma doença hereditária que lhe causou a perda de visão, precisou adaptar-se a uma nova condição de vida.
No entanto, a impossibilidade de escrever não o afastou do trabalho poético.
Em 2013, aos 70 anos, publicou mais uma obra poética, `A Sexagésima Sétima Curvatura´.
`As Ilhas do Meio do Mundo´ é o título do seu romance mais recente.
Em 2022, o Governo homenageou `o Senador das Letras´, do Osvaldo Osório, no festival de literatura, em reconhecimento aos seus valiosos contributos para a literatura cabo-verdiana e lusófona.
O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, também lamentou a morte do escritor na sua página oficial do Facebook.
“O poeta Osvaldo Osório conquista o píncaro da glória. A sua imorredoura obra é sinal da eternidade em que já vive. Com ele a cultura cabo-verdiana ficou mais rica e regozijo-me por ter convivido com homem de tamanha grandeza”, considerou.