Por LUSA
Angola registou uma redução no volume e nas receitas de diamantes exportados de 3,70% e 2,18%, respetivamente, no primeiro semestre deste ano, comparativamente ao período homólogo de 2023, divulgou a Sodiam, empresa de comercialização estatal angolana.
Os dados apresentados pelo responsável do departamento de Planeamento da Sociedade de Comercialização de Diamantes de Angola (Sodiam), Sendje Dias, indicam que, no período em análise, o país exportou 3,9 milhões de quilates de diamantes, totalizando uma receita de pouco mais de 693 milhões de dólares (622,2 milhões de euros).
No primeiro semestre de 2023, foram exportados mais de quatro milhões de quilates de diamantes, totalizando receitas de 700,5 milhões de dólares (628,9 milhões de euros).
No período em análise, o diamante angolano foi vendido ao preço médio de 191,57 dólares, uma redução de 5,46%, representando uma queda de 11 dólares em relação ao período homólogo, devido à situação de mercado.
Os dados apresentados pela Endiama, empresa pública de diamantes de Angola, referem que nos primeiros seis meses do ano em curso o subsetor dos diamantes registou uma produção de 5,6 milhões de quilates, um aumento de 36% em relação ao período homólogo de 2023, que registou uma produção de 4,1 milhões de quilates.
Os diamantes angolanos tiveram como principais destinos, maioritariamente os Emirados Árabes Unidos, seguido da Bélgica e uma ínfima parte para o Botsuana.
Os diamantes contribuíram para as receitas fiscais em ‘royalties’ e impostos, no primeiro semestre de 2024, com 45,5 milhões de dólares, um acréscimo de 3% face ao período homólogo.
Em declarações à imprensa, o secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Corrêa Victor, referiu que influenciou os resultados o baixo preço e questões técnicas das empresas.
“Se formos a ver, o preço atual dos diamantes também não está muito satisfatório, não propicia uma produção por aí além, mas há possibilidades de aumentar”, referiu Jânio Corrêa Victor.
O governante angolano destacou a necessidade de otimização das atividades mineiras e de um melhor planeamento mineiro, mas referiu que existem fatores externos que não dependem do setor, como a questão da energia elétrica.
“Muitos dos nossos projetos trabalham à base de combustíveis fósseis ainda. Isso tem que ser solucionado. Já foi solucionado em parte e estamos a trabalhar com o Minia (Ministério da Energia e Águas), estamos a ver soluções com energia solar. Penso que estamos no bom caminho”, disse o secretário de Estado.