Por LUSA
A agência de notação financeira Standard & Poor’s melhorou o ‘rating’ de Cabo Verde para B, apontando o forte crescimento do turismo e o programa do Fundo Monetário Internacional como importantes para sustentar o crescimento económico.
“O forte crescimento do crucial setor do turismo vai continuar a apoiar o crescimento económico e a receita fiscal entre 2024 e 2027”, lê-se na nota divulgada pela agência de notação financeira, que aponta que “os programas do FMI vão continuar a apoiar a consolidação orçamental, com a dívida externa líquida em percentagem da balança corrente a continuar a cair”.
A S&P melhora o ‘rating’ de Cabo Verde em um nível, de B- para B, ainda abaixo da recomendação de investimento, e mantém a perspetiva de evolução (‘outlook’, no original em inglês) em estável, o que significa que não prevê alterações nos próximos 12 a 18 meses.
Apesar de o rácio da dívida pública face ao PIB continuar mais elevado que noutros países com o mesmo ‘rating’, a S&P aponta que “a maior parte da dívida é concessional”, ou seja, tem taxas de juro menores e maturidades maiores que os empréstimos comerciais.
Ainda assim, refere, as empresas públicas continuam a ser um fator de risco para as finanças públicas deste país africano lusófono.
“O ‘outlook’ estável equilibra a nossa expectativa de que a dinâmica fiscal e externa seja positiva, ajudada por um forte crescimento económico, face ao muito elevado nível de dívida pública e significativas vulnerabilidades contingentes” por parte das empresas públicas, num contexto em que o histórico de “fortes relações com os doadores bilaterais e multilaterais deverá permanecer inalterado”, detalha a S&P.
A nível de atualização do cenário macroeconómico, a agência prevê que Cabo Verde abrande ligeiramente o crescimento do PIB para 4,8%, este ano, mantendo a expansão da economia em torno de 4,7% nos próximos anos, depois de ter crescido 5,1% em 2023.
No que diz respeito ao rácio da dívida sobre o PIB, a previsão de S&P aponta para que o arquipélago consiga baixar da fasquia dos 100%, terminando o ano com uma dívida de 98,4% do PIB, abaixo dos 101,4% do ano passado, e que deverá manter a trajetória de redução para atingir menos de 90% em 2027.