Por LUSA
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, o primeiro a votar nas sextas eleições autárquicas que decorrem hoje em todo o país, afirma que esta votação é como um jogo de futebol em que todos os resultados são possíveis.
“As regras já estão estabelecidas e hoje é o dia de jogo. Existem já os juízes (…). É o que se diz aqui: Depois de votar sai, deixa lá a jogar a outra equipa”, afirmou o chefe de Estado, pouco depois de votar, eram precisamente 07:00 (menos uma hora em Lisboa), na Escola Secundária Josina Machel, centro de Maputo.
A votação para escolher os autarcas dos 65 municípios vai decorrer até às 18:00 (17:00 em Lisboa), num dia que seria normal de trabalho no país, mas com todo o comércio e instituições na capital encerradas, entre apelos oficiais aos eleitores para que não fiquem nas assembleias de voto após a votação, enquanto a oposição pede o contrário, alegando receios de fraude eleitoral.
“Quero desejar a sorte a todo o moçambicano. Porque a vitória vai ser dos moçambicanos, do povo moçambicano, e para ser mais legitimada e respeitada ela tem que acontecer sem confusão. Não se conhece no mundo um herói de confusão, então penso que algumas pessoas querem assumiram o que não existe e depois ficam vulgarizadas, perdem o valor humano para toda a vida e para sempre”, afirmou o chefe de Estado.
Numa primeira hora de votação marcada pela forte afluência às urnas em todo o país, Filipe Nyusi ainda reconheceu que durante a campanha eleitoral “houve emoções” em algumas províncias, mas insistiu no exemplo do jogo em que “todos os resultados são possíveis”.
“Cada um deve ter a consciência que todos os resultados são possíveis e quando surgirem esses resultados possíveis o que se faz na política, com educação, é dizer que o outro preparou-se melhor”, acrescentou o chefe de Estado, apelando ainda ao voto.
De acordo com dados do recenseamento eleitoral, estão inscritos 8.723.805 eleitores em todos os distritos do país com autarquias locais e 4.817.712 eleitores nas circunscrições com autarquias locais.
Estas sextas eleições autárquicas contam com mais de 20.311 observadores nacionais e pelo menos 80 internacionais, das missões diplomáticas acreditadas em Moçambique, além de mais de 866 jornalistas e 364 delegados de candidatura, de acordo com dados oficiais.
Os eleitores moçambicanos são chamados a escolher 65 novos presidentes dos Conselhos Municipais e eleitos às Assembleias Municipais, incluindo em 12 novas autarquias aprovadas por Conselho de Ministros em outubro de 2022, que se juntam a 53 já existentes, num total de 1.747 membros a eleger.
Moçambique está a iniciar um novo ciclo eleitoral, que além das autárquicas, prevê eleições gerais em 09 de outubro de 2024, nomeadamente com a escolha do novo Presidente do país, cargo ao qual o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, já não pode, constitucionalmente, candidatar-se.
Concorrem às eleições autárquicas mais de 11.500 candidatos de 11 partidos políticos, três coligações de partidos e oito grupos de cidadãos, tendo a CNE determinado 1.486 Locais de Constituição e Funcionamento das Assembleias de Voto e 6.875 mesas de Assembleia de Voto.
Nas eleições autárquicas de 2018, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em oito e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em uma.