Por LUSA
O primeiro-ministro são-tomense defende uma lei “mais severa” para proibir a entrada de plástico no arquipélago e maior “suporte financeiro” ou subvenção aos empreendedores que têm criado projetos alternativos e amigos do ambiente.
Em 2020 começou a vigorar em São Tomé e Príncipe uma lei sobre medidas de redução de uso de sacos de plásticos, mas até ao momento não tem produzido o efeito esperado.
“A lei tem que ser um pouco mais severa. Eu acho que a lei fala de reduzir e nós temos se calhar (que) ir para proibir, desde que também se encoraje materiais alternativos, devemos investir nos materiais alternativos e proibir o plástico”, defendeu o primeiro-ministro são-tomense.
Patrice Trovoada falava após uma visita a uma “feira de promoção de produtos alternativos para a proteção do ambiente em São Tomé e Príncipe”, realizada em alusão ao Dia Mundial do Ambiente.
O primeiro-ministro visitou vários projetos desenvolvidos por empreendedores visando a redução do uso de plásticos e a proteção do ambiente.
“As pessoas que investem nesta economia de reciclagem/circular, nós temos que fazer com que elas não sejam desencorajadas, porque é um negócio e às vezes o negócio corre bem, não corre bem, mas o Governo tem que procurar mecanismo de suporte financeiro, porque é um negócio que faz bem ao planeta, faz bem ao país”, defendeu Patrice Trovoada.
“Acho que temos que ter essa reflexão de como é que asseguramos o financiamento ou subvencionar essas atividades que, de facto, são atividades positivas para toda a gente”, acrescentou o chefe do Governo são-tomense.
Patrice Trovoada considerou que “os jovens estão preocupados” com as questões ambientais, sublinhando que “na Região Autónoma do Príncipe as coisas estão mais avançadas”, em termos de proteção do ambiente, biodiversidade, mas São Tomé também começa a ter “boas iniciativas” que o deixam “otimista”.
“Temos consciência que estamos um bocadinho atrasados em relação a outros países, nomeadamente outras ilhas frágeis, mas estamos a chegar lá, o nível de consciência está a aumentar e é positivo”, disse.
A ministra do Ambiente alertou que “a gestão não sustentável dos recursos naturais também é uma realidade” em São Tomé e Príncipe, por isso defendeu a promoção de “melhores práticas” para proteger o ambiente.
Nilda da Mata referiu que o tema para do dia do Ambiente de 2024 é “acelerar o restauro da terra, a resiliência à seca e à desertificação”, o que considerou como uma chamada de atenção “para a necessidade urgente” para restaurar a natureza, “a fim de permitir aumentar os meios de subsistência, reduzir a pobreza e aumentar a resiliência às condições climáticas extremas”.
“No nosso país, ações no quadro da restauração paisagística são uma realidade. Nos últimos anos, cerca de 10 mil hectares foram restaurados e já possuímos um plano nacional de restauração, aliado às contribuições nacionalmente determinadas e aos objetivos de desenvolvimento sustentável”, sublinhou Nilda da Mata.
Em mensagem por ocasião do dia do Ambiente, o primeiro-ministro ressaltou que o ambiente “não é só transversal, mas é central” pelo que as questões ambientais devem ser integradas em todas as ações, decisões e comportamentos.
“Fundamentalmente, no nosso país temos que continuar a investir muito na educação ambiental, porque só ela vai permitir a mudança de comportamentos e aquisição de novas atitudes que permitem, de facto, fazer com que nós tenhamos um futuro melhor e um relacionamento mais pacífico com a própria natureza”, defendeu Patrice Trovoada.