Um dos inspetores da Polícia Judiciária portuguesa que participou na investigação dos acontecimentos de 25 de Novembro de 2022 em São Tomé e Príncipe, disse ao Tribunal que o diferendo por causa da posse de um terreno, foi a principal causa da entrada dos quatro civis no quartel do exército. Uma revelação feita esta manhã durante o interrogatório relacionado com o caso da alegada tentativa de golpe de estado. João Pedro Varanda, inspetor da polícia judiciária portuguesa, explicou que Arlécio Costa, um dos quatro mortos no quartel do exército, desencadeou desde o ano 2021 negociações e contactos com as autoridades são-tomenses, e com os Presidentes do Gabão e da Nigéria, para recuperar o terreno de 300 mil metros quadrados que tinha sido concedido pelo Estado são-tomense ao grupo de ex-operacionais dos Búfalos, após o golpe de Estado de 2003. No entanto foi confrontado, com a anulação do título de posse do terreno, no dia 11 de Novembro de 2022. Segundo o inspetor João Pedro Varandas, foi por causa da decisão da direção do património do Estado de rescindir o contrato de concessão do terreno, e sobretudo quando tomou conhecimento que, no mesmo dia, o terreno foi entregue a uma empresa privada ligada ao ex-Presidente da Assembleia Nacional Delfim Neves que Arlécio Costa terá iniciado um processo que levou aos incidentes no quartel.
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10 out, 2023, 16:24