Por LUSA
O Presidente angolano iniciou hoje uma visita de dois dias à Coreia do Sul, abordando as oportunidades de negócio em Angola, nomeadamente a existência de minerais estratégicos e de grande procura pela indústria coreana, na área da eletrónica.
João Lourenço, que visitou o parlamento coreano, falou com o presidente da Assembleia Nacional, Kim Jin-pyo, sobre os desafios da industrialização e apontou um conjunto de recursos com importância relevante nas relações bilaterais, como a existência de minérios estratégicos e de grande procura pela indústria coreana, de entre elas a eletrónica, segundo uma nota dos serviços de imprensa da presidência.
O Presidente angolano confirmou ainda que Angola vai participar na Cimeira Coreia-África marcada para o próximo mês de junho em Seul.
O chefe do executivo angolano discursou depois na abertura do Fórum Empresarial Angola-Coreia apontando o rápido crescimento económico do país asiático, bem como as potencialidades de Angola, quinta maior economia da África subsariana, e disse aos empresários que a atual lei do investimento privado “confere liberdade de movimentação de capitais, de formação de parcerias e de acesso a benefícios fiscais”.
João Lourenço referiu ainda investimentos em curso nas infraestruturas de apoio à atividade económica, como o Corredor do Lobito – linha férrea que atravessa Angola, ligando o Porto do Lobito da costa Atlântica à fronteira com a República Democrática do Congo – construção de plataformas logísticas, e zona franca Barra do Dande, que irá acolher unidades fabris de empresas de base industrial.
Focou também a modernização de portos e aeroportos, as melhorias na rede de transporte e distribuição de energia, para poder vender energia aos países vizinhos de Angola e o projeto da refinaria do Lobito, na qual convidou os empresários sul coreanos a investir, lembrando que “os estaleiros coreanos têm a sua impressão digital no setor petrolífero em Angola”.
“Muitas das instalações de exploração, produção, armazenamento e de transporte de petróleo bruto angolano foram aqui construídas”, sublinhou, manifestando interesse na instalação em Angola de empresas de manutenção de equipamentos navais.
No setor agrícola, João Lourenço afirmou que, sendo o arroz um dos principias produtos do programa de segurança alimentar, Angola está interessada em aderir à iniciativa das autoridades sul-coreanas de apoio aos países africanos para produção deste cereal, através do projeto “K-Rice Belt”.
“Angola pretende também integrar esse projeto, reconhecendo as inúmeras vantagens que pode trazer para o nosso país, não apenas no domínio da agricultura, mas também no alargamento das nossas relações económicas noutros setores”, sublinhou o chefe de Estado.
João Loureço deu nota da grande procura em Angola de automóveis e equipamentos tecnológicos e produzidos na Coreia do Sul, revelando interesse na instalação de unidades fabris de máquinas pesadas, automóveis e de eletrónica e convidou também os empresários a apostarem no desenvolvimento do potencial turístico do país lusófono.
O chefe do executivo angolano disse ainda que vai acelerar a aprovação para a entrada em vigor do Acordo de Proteção Recíproca de Investimentos entre Angola e a Coreia do Sul, para maior proximidade e aproveitamento das oportunidades de negócio.
“As autoridades angolanas reconhecem a importância do investimento (sul-)coreano em Angola e estão abertas e disponíveis para encontrar as melhores opções para que uma relação estável e de vantagens mútuas possa ser construída e preservada”, realçou.