Por LUSA
Uma embarcação de alta velocidade recuperada e reestruturada foi enviada para São Tomé e Príncipe, reforçando o dispositivo da Marinha portuguesa no país, informou o ramo das Forças Armadas.
A embarcação tinha sido encontrada danificada em 2022 na Praia das Bicas, em Sesimbra, supostamente com ligações ao narcotráfico. Foi declarada perdida a favor do Estado.
“No sentido de capacitar a Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe, com o apoio à fiscalização marítima conjunta e contribuindo para um reforço significativo da segurança marítima, nas águas de São Tomé e Príncipe e do Golfo da Guiné”, foi decidido recuperar e reconverter a embarcação, segundo um comunicado divulgado pela Marinha Portuguesa.
O trabalho foi desenvolvido em parceria entre a Célula de Inovação e Experimentação Operacional de Sistemas Não Tripulados (CEOV), da Marinha Portuguesa, e o Centro de Manutenção da Autoridade Marítima Nacional (CM AMN).
O trabalho consistiu, nomeadamente, na reparação estrutural do casco, reforço da flutuabilidade, instalação de novos motores fora de borda, reconfiguração da cablagem e instalação de bancos. Foi ainda instalado um sistema de comunicações por satélite, sendo possível ser montada uma metralhadora à proa.
A embarcação foi batizada de “Príncipe”, tem um comprimento de 12, 8 metros, 2,7 metros de boca (largura máxima), velocidade máxima de 55 nós e uma autonomia de 400 milhas náuticas a 30 nós.
Terá uma guarnição de 10 elementos, constituída por fuzileiros portugueses e militares da Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe, “reforçando o dispositivo da Marinha Portuguesa nesse país, constituído atualmente pelo NRP Centauro”, pode ler-se no comunicado.
Com a nova embarcação é reforçada a missão de fiscalização e busca e salvamento, e a Marinha Portuguesa “passa a dispor de uma embarcação com as capacidades ‘offshore’ para intervenções rápidas de apoio ao Destacamento de Ações Especiais dos Fuzileiros”.
“Desta forma a Marinha Portuguesa irá atingir um patamar, nesta área operacional, muito acima das suas congéneres que também operam na zona instável do Golfo da Guiné”, afirma-se no comunicado da Marinha.