Por LUSA
O desenvolvimento da cooperação entre a China e os países lusófonos através do Fórum de Macau foi hoje o foco das intervenções dos representantes dos Estados-membros, na abertura da sexta conferência ministerial do organismo.
Na primeira intervenção, o vice-presidente do comité permanente da Assembleia Popular Nacional chinesa, Li Li Hongzhong, defendeu a necessidade de reforçar o papel de Macau na cooperação entre a China e os países de língua portuguesa para a “construção conjunta de uma economia mundial aberta e inclusiva”.
Para isso, o responsável, que também integra politburo do Comité Central do Partido Comunista chinês, propôs incentivos à exportação da China, como seguros de créditos, e também mais acordos comerciais para agilizar a importação de produtos lusófonos.
Em representação do Governo português, o ministro da Economia defendeu a necessidade de continuar “a tirar partido das potencialidades” do Fórum de Macau enquanto “plataforma privilegiada para um diálogo contínuo e frutífero” entre a China e o bloco lusófono.
“Desejamos que o Fórum se afirme cada vez mais como verdadeira plataforma de cooperação ao serviço do desenvolvimento comum, com resultados tangíveis para todos”, disse Pedro Reis.
Para os próximos anos, o “principal desafio será a crescente consolidação do valor acrescentado e da marca distintiva”, tendo Macau um “papel crucial a desempenhar na dinamização das atividades do Fórum”, centradas no diálogo, na cooperação e no trabalho conjunto.
O governante português lembrou que a criação do Fórum de Macau, em 2003, representa “o reconhecimento pela China do valor estratégico da herança linguística e cultural no território e da importância económica” dos países lusófonos.
Os representantes dos nove países lusófonos, presentes na sexta conferência ministerial do Fórum de Macau, destacaram a importância do organismo como mecanismo de solidariedade e de cooperação bilateral, mas também a necessidade de reforçar o desenvolvimento das oportunidades de negócio, sem deixarem de elogiar a persistência da China em manter esta plataforma de cooperação entre Estados-membros.
Já o ministro do Comércio chinês, Wang Wengtao, o novo plano de ação 2024-27, a ser aprovado esta tarde, vai ser a “força motriz” do desenvolvimento do Fórum de Macau.
Com sede em Macau, o Fórum de Macau integra a China e nove países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Cinco conferências ministeriais foram realizadas no território em 2003, 2006, 2010, 2013 e 2016, durante as quais foram aprovados Planos de Ação para a Cooperação Económica e Comercial.
Inicialmente prevista para 2019, a sexta conferência ministerial foi adiada para junho de 2020, devido às eleições para a Assembleia Legislativa de Macau, mas com a pandemia da covid-19 acabou por não se realizar.