Por LUSA
Pelo menos 96 brigadas e postos de recenseamento eleitoral em Maputo estão encerrados devido às chuvas intensas registadas no sul de Moçambique no domingo, disse hoje à Lusa fonte do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE).
“Temos um cumulativo de 88 brigadas que não estão a funcionar por causa das chuvas na província de Maputo e oito postos também fechados na cidade de Maputo”, declarou à Lusa Regina Matsinhe, porta-voz nacional do STAE.
A região sul de Moçambique registou chuva intensa no domingo, com as autoridades a registarem pelo menos quatro mortos, dois feridos e 12.740 pessoas afetadas, segundo dados preliminares do Centro Nacional Operativo de Emergência (Cenoe).
“O nosso foco é realizar sim o recenseamento e fazer de tudo para que apesar das circunstâncias possamos atingir aquilo que são os nossos objetivos”, disse a porta-voz do STAE, notando que Maputo contava com um total de 985 postos de recenseamento eleitoral, que contemplam 752 brigadas de registo.
A responsável avançou que todos os postos de recenseamento estão em funcionamento nas províncias de Inhambane e Gaza, também afetadas pelo mau tempo, embora alguns estejam alagados e com vias de acesso quase intransitáveis.
Regina Matsinhe apontou também dificuldades no recenseamento em Cabo Delgado, norte de Moçambique, devido a questões logísticas, intransitabilidade de algumas vias de acesso e à violência armada registada desde 2017 naquela província.
“Em relação a Quissanga (um dos distritos afetados) continuamos a aguardar que as condições de segurança sejam favoráveis para que o recenseamento possa arrancar”, disse a porta-voz do STAE, referindo que pelo menos no distrito do Ibo iniciou-se, na terça-feira, a formação dos brigadistas, “que vão assegurar o recenseamento naquele local”.
No dia 15 arrancou o recenseamento eleitoral em Moçambique, que vai decorrer até 28 de abril, e a partir de 30 de março e até 28 de abril no estrangeiro, num processo que vai custar quase 20 mil milhões meticais (288 milhões de euros), segundo os últimos dados avançados pela Comissão Nacional Eleições (CNE).
O órgão eleitoral espera inscrever mais de sete milhões de pessoas este ano, num processo que conta com, entre outros, 9.165 postos de recenseamento e 6.330 brigadas.
Segundo o STAE, até ao momento, estão inscritos em todo o país 2.115.576 eleitores.
Moçambique realiza eleições gerais em 09 de outubro deste ano, incluindo presidenciais, às quais já não pode concorrer o atual chefe de Estado e líder da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), Filipe Nyusi, por ter atingido o limite constitucional de dois mandatos.
O país é considerado um dos mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época da chuva.