Por LUSA
A empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique – CFM interrompeu a circulação de todos os comboios no sul do país face à chuvas intensa que se regista desde a madrugada de domingo, indicou em comunicado.
“Por questões de segurança, fica cancelada a circulação de todos os comboios que haviam sido previamente programados”, pode ler-se na nota dos CFM.
A empresa referiu ainda que está a “monitorizar a situação” e que a circulação será retomada logo que houver condições de segurança.
O mau tempo, que se prevê que continue até terça-feira, deixou vários bairros das cidades de Maputo e Matola alagados, incluindo a baixa da capital, que tem uma das principais avenidas quase intransitável, constatou a Lusa numa ronda feita no domingo.
Além da província de Maputo, a chuva cai também nas províncias de Gaza e Inhambane, no sul, com um volume de 50 e 75 milímetros nas últimas 12 horas, prevendo-se que o mau tempo também afete o litoral de Sofala e Zambézia, no centro do país.
Até terça-feira, o estado de tempo poderá melhorar na província de Maputo, mas vai piorar no norte de Inhambane e também afetar o litoral das províncias de Sofala e Zambézia, disse o meteorologista Telmo Sumila, em declarações à Lusa.
A Administração Regional de Águas do Sul (ARA-SUL) apelou, em comunicado, para medidas de precaução face ao aumento dos níveis de água nas bacias dos rios Movene e Calichane, em Maputo.
“Além disso, a capacidade de retenção da barragem dos Pequenos Libombos está reduzida após a passagem do ciclone tropical `Fillipo´ (que se abateu sobre o sul do país há pouco mais de uma semana). Estejam em alerta e tomem medidas de segurança adequadas”, refere-se no documento.
A atual época chuvosa em Moçambique, que começa em outubro, já provocou a morte de um total de 135 pessoas e afetou outras 116.334, segundo um relatório consultado pela Lusa na quinta-feira.
Dos 135 óbitos registados desde outubro e até segunda-feira, 57 foram causados por descargas atmosféricas, 31 por cólera, 24 por afogamentos, 20 por desabamento de casas e três por ataques de animais, refere-se no relatório do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.