Por LUSA
Uma exposição de fotografias captadas por Tiago Casanova, que retratam as comunidades e o território de São Tomé e Príncipe diante dos desafios da escassez de recursos e das mudanças climáticas, vai ser inaugurada quinta-feira, em Lisboa.
Intitulada “A Turtle with a Broken Back”, a mostra é inaugurada às 17:00 na galeria Carlos Carvalho Arte Contemporânea, onde ficará patente até 11 de maio, de acordo com um comunicado sobre o ensaio fotográfico de Tiago Casanova, focado “num período histórico que marca os 50 anos da independência” do país.
“Cada fotografia neste projeto é um testemunho da complexa dinâmica das economias domésticas locais, onde a sobrevivência quotidiana se vincula às consequências históricas do passado colonial, e aos novos desafios que o crescimento do turismo impõe”, acrescenta o texto sobre o trabalho de Casanova, artista visual nascido na Madeira, em 1988.
No seu trabalho, “utiliza imagens sólidas embora distantes e circunscritas num conjunto coeso, destacando a natureza isolada e autónoma das ilhas, e a presença de narrativas que envolvem mitos, lendas e histórias pessoais”, dando a conhecer, neste conjunto de fotografias, representações da paisagem natural de São Tomé e Príncipe.
As imagens também mostram referências às tradições da terra e do mar, às crenças e conhecimentos ancestrais das comunidades locais, como os aplicados à arquitetura tradicional e à medicina herbaria, “que capturam o peso do tempo e a necessidade de questionar o passado mas principalmente o futuro”, aponta o mesmo texto da galeria.
“A Turtle with a Broken Back” (“Uma tartaruga com a carapaça partida”, em tradução livre) demonstra o interesse do artista pelas “leituras alegóricas e subjectivas da imagem fotográfica, num permeio entre o documental e o metafórico, procurando desvendar as camadas de história e simbologia bem como o compromisso com a sustentabilidade ecológica presentes através de imagens de São Tomé e Príncipe”.
Trabalhando principalmente com fotografia, Tiago Casanova usa a sua formação em arquitetura como ponto de partida para pesquisar e construir novos projetos artísticos.
Casanova explora diferentes abordagens contemporâneas com o recurso a vários suportes, nomeadamente instalação, escultura, ilustração, desenho, vídeo, som, texto e especialmente fotografia, “a fim de refletir e entender as cidades, os territórios e a sociedade de hoje”.
Mestre em Arquitetura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto (2006), Tiago Casanova, que ganhou o Prémio BES revelação 2012, vive atualmente em Lisboa.
As suas exposições individuais mais recentes incluem “Coleções Partilhadas – Mudas + Caixa Geral de Depósitos”(2023), no Museu de Arte Contemporânea da Madeira, “Na Margem da Paisagem” (2021), Pavilhão Branco, Galerias Municipais de Lisboa, “Bioscopic Books”(2021), Kunsthal Gent, Bélgica, “Test to the mnemonic ability of photography” (2020), Fuse Art Space, Bradford, Reino Unido, e “Pearl” (2019), Budapest Projekt Galéria – Budapest Photo Festival, Hungria.