Por LUSA
O ministro da Educação Nacional da Guiné-Bissau, Herry Mané, prometeu hoje “fazer um esforço” para que a história de Amílcar Cabral e do próprio país seja estudada nas escolas guineenses.
“Infelizmente não está nos currículos escolares”, observou o governante à margem da cerimónia de reabertura, em Bissau, da mostra “Amilcar Cabral- Uma Exposição”, que Portugal preparou para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.
A exposição foi oferecida à Guiné-Bissau, onde ficará permanentemente, e o ministro da Educação espera que seja uma oportunidade para os jovens conhecerem o líder histórico da Guiné-Bissau, Amílcar Cabral.
O governante quer reforçar o conhecimento dos jovens sobre esta figura histórica e para o efeito anunciou hoje que vai “fazer um esforço e levar a Conselho de Ministros para introduzir nos currículos escolares a história da Guiné-Bissau e a história de Amílcar Cabral em especial”.
“Vamos convencer o Conselho de Ministros para que seja introduzida nas escolas a história de Amílcar Cabral e a história da própria Guiné-Bissau, a história da luta de libertação nacional”, reiterou.
Este trabalho, segundo disse, será feito em articulação com o organismo que “tem toda a história política e social de Amílcar Cabral”, concretamente o Instituto de Estudos e Pesquisa (INEP).
O INEP acolhe, desde hoje até setembro, a exposição sobre Amílcar Cabral, que já esteve patente no Palácio Presidencial por altura das celebrações dos 50 anos da independência da Guiné-Bissau, em novembro.
O ministro considerou a reabertura um “ato especial” e referiu-se a Amílcar Cabral como “uma figura ímpar e uma figura mundial, considerado a segundo figura política mundial”.
“A sua influência não se resume à Guiné-Bissau, participou também na formação do MPLA em Angola, na criação de movimentos em Moçambique e contribuiu para o 25 de Abril, com a independência da Guiné e Cabo Verde”, afirmou.
Realçou ainda que Amílcar Cabral “é alguém que dedicou toda a sua juventude e a sua vida à causa da libertação dos povos africanos”.
O ministro felicitou o Governo português por esta exposição ser uma realidade e pela oferta da mesma à Guiné-Bissau.
Sobre as comemorações do centenário de Amílcar Cabral, que se assinala este ano, o governante reiterou que a data será assinalada ao longo ano, embora sem um programa oficial definido.
A exposição “Amílcar Cabral” foi organizada para as comemorações do 25 de Abril em Portugal, onde esteve patente no Palácio Baldaya, em Lisboa, e iniciou uma itinerância pela Guiné-Bissau em novembro.
O embaixador de Portugal na Guiné-Bissau, Miguel Cruz Silvestre, explicou hoje que a exposição já não viajará, como inicialmente previsto, até Cabo Verde, e que ficará permanentemente na Guiné-Bissau.
Organizada de forma cronológica, a mostra começa nos anos 50, 60 do século passado e acaba com vídeos e instalações, mais recentes, da autoria de pessoas que continuam a trabalhar sobre a obra e a memória de Amílcar Cabral.
A exposição é composta por documentos históricos, recortes de jornais, cartazes, fotografias e documentos, nomeadamente sobre o partido que fundou, o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde), assim como por um mapa com todas as viagens que fez pelo mundo.
As peças integrantes da exposição constituem, segundo os promotores, “uma oportunidade para homenagear” aquele que foi “uma destacada e multifacetada figura do século XX, enquanto líder político, engenheiro agrónomo e ativista cultural”.
A exposição está aberta ao público até 30 de setembro, no INEP, em Bissau, com entrada livre.