Por LUSA
O Hospital Central de Maputo (HCM) passa a contar com um centro de pesquisa clínica “com equipamento de ponta” virado essencialmente à investigação do cancro, orçado em 914,6 mil euros.
“Este centro tem como objetivo promover pesquisas clínicas e formações certificadas aos profissionais de saúde de diferentes áreas, tendo o cancro como a maior área de interesse”, disse o vice-ministro da Saúde, Ilesh Jani, falando após a cerimónia que marcou o início formal de atividades da infraestrutura no maior hospital de Moçambique.
Jani afirmou que o local também vai pesquisar outro tipo de doenças, incluindo as infecciosas e as não transmissíveis.
“A investigação científica continua um desafio no nosso país e em particular no nosso setor. A busca de soluções adequadas para a prestação de cuidados de saúde à nossa população depende, de certa forma, das respostas provenientes dos diferentes trabalhos científicos realizados ao nível do setor”, declarou aquele dirigente.
Ilesh Jani avançou que o Centro de Pesquisa Clínica e Treino do HCM vai poder capitalizar a capacidade técnico-científica para realizar estudos de qualidade e com poder de transformá-los em matérias programáticas.
“As experiências acumuladas derivadas do internamento e das situações vivenciadas no dia a dia na prática, nos diferentes setores, em particular nos hospitais, acumulam muito conhecimento, muitas experiências que devem ser documentadas”, enfatizou.
O HCM, prosseguiu, conta com uma estrutura organizacional e a disponibilidade de recursos humanos e materiais em qualidade para responder aos diferentes desafios na área de pesquisa em saúde.
O diretor do HCM, Mouzinho Saíde, apontou o cancro como a principal causa de morte de doentes acima de 50 anos em Moçambique, o que justifica a prioridade na pesquisa desta enfermidade no centro.
As doenças cancerígenas também são responsáveis por muitos óbitos em pacientes jovens, acrescentou Saíde.
A diretora científica e pedagógica do HCM, Cesaltina Lorenzoni, disse à Lusa que a infraestrutura está dotada de “equipamento de ponta” na área de pesquisa clínica e treino de profissionais de saúde e foi construída e apetrechada através de um apoio financeiro orçado em um milhão de dólares (914.641 euros) do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla inglesa), uma entidade do Governo norte-americano.